Games + Política = ?

Doctor - Did they die of natural causes?

Niko Bellic - I suppose... A bullet in the head is as close to natural causes as anything in this city.

 

    Não é de hoje que os games estão, querendo ou não, envolvidos com os jogos da política ( trocadilho infame =x ), e para quem se interessa pelo que acontece além das colinas, a interação game/política nem sempre é amigável ( na maioria das vezes não é ).

          Com o mercado de games crescendo mais e mais, e já sendo maior que Hollywood a alguns anos, a política acabou ganhando um aliado/inimigo feroz.

 

 

 

          De tempo em tempo, a direita norte-americana escolhe algum alvo entre os títulos da nossa diversão eletrônica favorita para jogar seus dados falsos e opiniões sem sentido, e mesmo depois de sair com cara de idiota, novos ataques não demoram a voltar.

          Lembro quando atacaram Mass Effect num telejornal ( não lembro se era o 1 ou o 2 ), trazendo uma escritora que dizia que o game continha cenas de "sexo explícito" e coisas do tipo, enquanto do outro lado da discussão estava um sujeito totalmente indignado que perguntou para a escritora se ela já havia jogado Mass Effect, e a resposta foi: Nunca vi esse game, mas me contaram que havia sexo explícito...

 

 

 

          Quem jogou Mass Effect sabe que as cenas de sexo são como em qualquer filme hollywoodiano, sem nada explícito, com aquela musiquinha de bordel comportado e nada mais. Depois da entrevista, tanto a Fox News ( o famigerado telejornal ) quanto a sábia escritora receberam milhares de mensagens de gamers indignados, e foram obrigados a se retratar em outra edição do programa.

          Esse tipo de preconceito e manipulação de informação é bem comum pelo mundo, e no Brasil só não é maior porque os jogos ainda não são tão difundidos entre a população como em outros lugares. Já vi um programa do Gilberto Barros, a muito tempo atrás, em que ele mostrava algumas cartas de Magic: The Gathering e perguntava se eram satânicas... havia até um grupo para defender as cartas, e outro para ataca-las e mostrar para nós pobres mortais como "cartas de papel feitas por uma empresa norte-americana visando o lucro" na verdade eram pequenas armadilhas do Tinhoso-do-pé-virado.

 

 

 

          Deixando o preconceito gratuito de lado, os games tem suas armas. Primeiro, quem os joga sabe realmente como e o que são, e em países onde uma parte grande da população tem um console ou uma placa de vídeo decente no PC, é difícil as mentiras durarem por muito tempo, mas mais importante, os desenvolvedores usam seus games muitas vezes para tocar em assuntos delicados, como preconceito racial, crimes e drogas, mostrando que os games também fazem as pessoas pensar.

          O maior exemplo disso é a série GTA. Apesar de boa parte das pessoas acharem que o jogo é um "seja um criminoso feliz", a história sempre mostra vários focos diferentes, denunciando problemas da sociedade, corrupção e toda a sujeira que os sorridentes engravatados empurram para debaixo do tapete. Quem não lembra do Cartoon que passa nas televisões de GTA 4 com cowboys-espaciais-republicanos que, ao tentar levar a democracia para planetas alienígenas, sempre acabam matando todos por causa de seu preconceito e burrice?

 

 

 

          Outro exemplo que gosto muito é Skyrim. Você precisa escolher um lado na guerra civil, e acaba sendo uma escolha difícil, pois de um lado há um império que quer manter outros povos sob seu domínio e do outro um grupo de nacionalistas, dentre eles alguns racistas, tentando retomar as rédeas de seu próprio governo.

          Essa batalha games/política ainda vai existir por muito tempo, talvez para sempre, pois quanto menos conhecimento as pessoas tem, mais opiniões surgem em suas bocas, mas num nicho que trabalha com tanta criatividade e inovação, a manipulação dos conservadores não consegue ir muito longe.

 

          Fico por aqui com a minha humilde opinião. Ah, e não posso esquecer que um colega de escola dizia que quem zera Diablo vende a alma pro demo, ferrou galera T_T