Livro: Nos Bastidores da Nintendo

         A delayed game is eventually good, a bad game is bad forever - Shigeru Miyamoto

         Olá,

         Hoje farei uma análise sobre um livro totalmente voltado ao mundo dos video-games: Nos Bastidores da Nintendo - O jeito Wii de reiventar negócios e transformar clientes em fãs.

        Ao contrário da idéia que o subtítulo pode passar, o livro passa bem longe de uma abordagem mais administrativa (que foi meu maior medo quando o comprei), na verdade, apresenta quem são as pessoas por trás desta marca (presidente, designers, músicos), a história dos consoles, muitas curiosidades, além dos erros e acertos da marca.

         O livro inicia contando como uma empresa fabricante de baralhos, desde 1894, e de apenas seis pessoas (entre elas o arrogante presidente Yamauchi) criou seus primeiros jogos portáteis, com o aparelho chamado Game&Watch e ainda criou seu primeiro fliperama (que foi um fracasso), conseguiu competir e derrotar uma das maiores empresas, na época, de video-game: a Atari.

         Para contar esta evolução, o livro traz a história de como foi a criação de Donkey Kong, jogo que apresenta pela primeira vez o principal mascote da Nintendo, o Mario. E para explicar isso,  conta quem é e como trabalha seu principal designer, o artista Shigeru Miyamoto. No decorrer do livro é contada toda a evolução da Nintendo, dos primeiros joguinhos do aparelho portátil ao inovador Wii, relatando seus altos, como a criação do Nes/Famicon, e baixos, como os consoles Virtual Boy, 64 DD e até o mais recente Game Cube (ahh, e eu também não conhecia estes primeiros consoles não!).

     

          Mas com certeza, pelo menos para mim, a parte mais interessante é a quantidade de curiosidades que você saberá através do livro. Só para citar algumas: quando a Nintendo começou a ganhar muito dinheiro com o enorme sucesso do jogo de fliperama Donkey Kong, a MCA Universal  entrou com um enorme processo contra a Big N, alegando que ela tinha copiado o King Kong dos filmes para fazer o jogo (que absurdo não?!). No final, advogado que conseguiu fazer a Nintendo vencer no tribunal, ganhou um barco no valor de US$ 30 mil, que foi batizado de Donkey Kong. Além disso,  adivinhem qual era seu nome? John Kirby! Isso mesmo, a bolinha rosa mais fofa do mundo ganhou este nome em sua homenagem.

          Outra curiosidade é que John Romeno, criador dos super jogos inovadores Doom e Quake, quando eram muito jovens e antes, obviamente, de serem famosos, criaram uma versão  de Super Mario Bros. que rodava perfeitamente no PC, contudo, a Big N não teve nenhum interesse em lançar jogos fora de seus consoles nesta época, e dispensou o que poderia lhe trazer enormes lucros no futuro! 

     

          Em geral, o livro é muito bom e vale a pena ser lido não só para quem é muito fã da Nintendo , mas também por quem quer saber a história dos video-games e principalmente suas rivalidades, relatadas, obviamente, de uma perspectiva da Nintendo. Contudo, se você for muito fã de outra marca, sobretudo a Sega, o autor faz duras críticas a esta empresa, e dá para perceber que nem é lá muito fã do Sonic, tendo uma preferência imensa pelo Mario (às vezes, uma puxação de saco até desnecessária).
         Outra falha é que o livro foi escrito de um americano para americanos, pois ele faz muitas relações à séries que eu nunca ouvi falar, sendo que não há nenhuma explicação sobre a história ou a personalidade dos personagens citados, fazendo que muitas vezes eu ficasse perdida na leitura. Talvez o tradutor devesse fazer mais notas de tradução, explicando detalhes, semelhante ao que acontece na tradução de mangás.
          Contudo, apesar das falhas, o livro é muito bom e serve para entendermos melhor como as indústrias de games trabalham , o porquê que muitas morreram, quais foram os consoles e suas novações e etc. Leitura obrigatória na biblioteca de um gamer. ^^

          Espero que tenham gostado da minha análise. E até a próxima!o/

Por LAIS