segunda-feira, 18 de março de 2013

Marta Suplicy precisa jogar um pouco

“Video games use images, actions, and player participation to tell stories and engage their audiences. In the same way as film, animation, and performance, they can be considered a compelling and influential form of narrative art.” - Smithsonian American Art Museum

 
          E então a senhora Marta Suplicy, diante dos senhores e senhoras leitores do Diário de uma Gamer, diz: "Games não são cultura, colocá-los no vale-cultura é forçar demais, nem pensar!". Nem dá vontade de comentar a possibilidade de uma conhecida política e "ministra da cultura" fazer tal afirmação sem ao menos tentar argumentar... apesar de sabermos que uma coisa que os políticos e todos aqueles que trabalham com a palavra fazem muito bem é falar muito do que entendem pouco.

 
 
 
          Para início de conversa, ela já começou errado, pois disse que games não são cultura ao comentar sobre o vale-cultura, uma dessas idéias de jogar dinheiro para as pessoas para tentar fazer elas gastarem da forma que o governo acha que é correto. Se o povo não gasta com cultura, é porque:
 
  1. Esta faltando dinheiro para reproduzir e manter a prole;
  2. A cultura produzida no país é um fracasso, é melhor beber cachaça;
  3. Não quero, o dinheiro é meu e ponto final.

          Essa mania dos políticos de achar que sabem o que é melhor para a população e ficar tratando todos como criancinhas desorientadas é de chorar. Já não basta soltarem bandidos no natal, ou cortarem a pena pela metade por "bom comportamento" ( já que são criancinhas mal-educadas, e não adultos que sabem o que fazem/fizeram ), agora querem te dizer o que é bom em outros aspectos da vida.
          Que tal o governo escolher algumas boas empresas e dar subsídios para suas produções, que seriam avaliadas por pessoas que obtiveram sucesso no ramo, fazendo uma produção cultural interessante que atrairia as pessoas? Ah não, da trabalho, e ninguém vai ver como eu sou bonzinho, com seus vales enchendo a carteira...

 
"...não vou com a cara desses nerds fedidos..."

 
          Agora, sobre game ser cultura ou não, já esta mais que óbvio, e nem quero prolongar muito essa discussão, já que falei bastante sobre isso nessa postagem. Jogos só não são mais populares no Brasil pelo alto custo de entrada, já que um bom PC, ou até mesmo um console, requer um grande investimento ( graças ao governo, que coloca impostos "bem amigáveis" nesses produtos ).
          Eu entendo que a opção de não incluir games no vale-cultura pode ter sido simplesmente porque nosso país não produz nenhum jogo relevante, logo, o vale seria transformado em dinheiro no bolso de empresas estrangeiras, mas se foi esse o motivo, a justificativa poderia ter sido mais realista ( políticos... ).

 
Por mim, a idéia do vale deveria ser enterrada, assim como as opiniões de qualquer político sobre cultura e arte, e pra vocês?

 

5 comentários:

  1. Viu as cartas que a Square Enix e a Puc fizeram pra ela sobre isto?

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    1. Eu vi da Square, mas fiquei meio desconfiado, porque no Facebook aparece muita coisa falsa, da Puc eu não sabia, onde tem isso?

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    2. Acá

      http://www.facebook.com/notes/jogos-digitais-puc/carta-aberta-%C3%A0-excelentissima-senhora-ministra-da-cultura-marta-suplicy/141694446008520

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    3. Caramba, muito legal. Me interessei pelo livro mencionado na carta.

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  2. Marta Suplicy sempre foi uma das piadas da política brasileira.
    Perdeu qualquer consideração que eu talvez um dia pudesse pensar em ter quando fez aquela declaração infeliz sobre as enchentes em São Paulo.
    Gastar em cultura é obviamente pintar o cabelo de loiro e manter um padrão europeu de entretenimento, claro.

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